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“Petro greens”: a transição das majors do petróleo

porMarcelo Gauto
2 de outubro de 2020
Em Coluna do Gauto, Colunas e opinião, Petróleo e gás, Transição energética
Ibama abre consulta para modelar licenciamento de eólicas offshore no Brasil

Fazenda Eólica Arkona, operada pela Equinor. Foto: Eskil Eriksen/Equnior

A britânica BP causou certo alvoroço no mercado ao divulgar seu Energy Outlook 2020 com a previsão de demanda de energia para os próximos trinta anos. Na visão da empresa e seus analistas, o pico de consumo de petróleo ocorrerá ainda nesta década, entrando em declínio mais ou menos acentuado a depender das políticas de incentivo às fontes de energia limpa.

É a primeira major a sinalizar isso de forma mais contundente. Até então, todos os prognósticos apontavam que esse pico ocorreria uma década a frente no mínimo.

Curioso, no entanto, é que tal anúncio veio justamente pouco após a petroleira anunciar ambiciosos planos de transição energética, mudanças significativas projetadas nos seus investimentos nos próximos anos, deixando óleo e gás em segundo plano.

Embora não esteja sozinha nesta caminhada rumo ao “verde’, a BP é hoje a empresa de petróleo e gás mais vocal neste sentido, mais perto de se tornar uma Petro-green. A transição está batendo a porta dos produtores de petróleo.

Total, Shell, BP e Equinor são as mais expoentes empresas do O&G que destinam hoje investimentos anuais na casa dos bilhões de dólares na produção de energia de baixo teor de carbono.

A BP e a Shell têm investimentos em biocombustíveis no Brasil, usinas eólicas nos Estados Unidos, ativos de energia solar e dezenas de milhares de pontos de recargas de veículos elétricos espalhados pela Europa, entre outros investimentos, como um centro de pesquisas em hidrogênio na Índia que a Shell possui. A francesa Total possui uma grande capacidade instalada em energia fotovoltaica mundo afora, além da participação majoritária em diversas empresas de energia renovável, tais como BHC Energy, Greenflex, SunPower, TotalSolar, Total Eren, entre outras.

A norueguesa Statoil fez há pouco tempo uma audaz mudança entre as grandes companhias de petróleo. Em 2018, além de realizar grandes investimentos em energias renováveis, em especial em energia eólica, o conselho de administração da empresa decidiu mudar o nome da companhia, que passou a se chamar Equinor, fugindo da alcunha de uma empresa de petróleo para se vincular ao setor de energia como um todo.

A BP fez algo semelhante ainda nos anos 2000, quando adotou a sigla como sendo “beyond petroleum”, numa tradução simples significava “para além do petróleo”. Chegou a hora, então, de ir além de fato.

A transição energética está em curso e quem sai na frente agrega algumas vantagens. Vanguarda, marketing positivo, diversificação dos negócios e participação ativa na transição energética são os principais benefícios para as petroleiras que estão se posicionando no ambiente das renováveis.

O apelo social para que tenhamos cidades menos poluídas tem feito com que a legislação ambiental seja cada vez mais restritiva ao uso dos fósseis, em especial na Europa, berço das principais majors. As gigantes do petróleo estão atentas a essas mudanças e buscam se posicionar em ativos de energia limpa, desenvolvendo tecnologia, mitigando os riscos dos negócios de fósseis e associando a marca à energia limpa. De olho na transição, essas empresas serão cada vez mais “energy” e menos “oil”.

Esse movimento das petroleiras rumo a energias limpas, além do benefício direto mais óbvio, atrelado a redução das emissões de carbono na atmosfera, traz consigo os indiretos, tais como menor exposição a um desastre socioambiental devido ao derramamento de óleo, vazamento de gás ou combustíveis líquidos, por exemplo.

De modo geral, os impactos ambientais dos renováveis são menores do que os dos fósseis. Com menos poluentes, reduz-se os gastos públicos no setor de saúde associados a problemas respiratórios, entre outros, vinculados a queima dos combustíveis. Observam-se hoje grandes metrópoles em que os dias são cinzas dada a poluição atmosférica causada pelas emissões de particulados. Ter grandes empresas de óleo e gás investindo em fontes alternativas de energia acelera o desenvolvimento tecnológico e a própria transição do mercado energético, o que também é um benefício social. Uma oposição dessas empresas ao mercado de renováveis traria maior dificuldade aos investimentos no setor.

Um olho no fóssil e outro no renovável

Algumas companhias de petróleo seguem focadas no seu core business original, como a Petrobras, a Chevron e a ExxonMobil, por exemplo. Há quem pense que elas estão atrasadas ou dissociadas do movimento de transição. Depende do ponto de vista. Se for considerado que o mundo ainda é movido a óleo e gás, faz sentido que algumas empresas explorem isso ao máximo. É preciso avaliar o mercado em que estão inseridas, a estrutura de custos e o portfólio que cada uma delas tem em mãos.

No caso da Petrobras, a empresa tem know-how e excelentes ativos de óleo e gás, que lhe dão vantagens em relação aos seus pares. O sucesso da Cia no pré-sal é inegável. Já no segmento de renováveis a estatal amargou prejuízos sucessivos, ano após ano, com a sua subsidiária dedicada ao tema, a PBio.

Precisando lidar com altos investimentos em O&G, e ajuste simultâneo do seu endividamento, a empresa vendeu quase todos os ativos de biocombustíveis que detinha e agora remodela seu modelo de negócio na área, perseguindo um diferencial tecnológico que a torne competitiva frente aos concorrentes.

A sinalização recente de que a empresa quer voltar ao mercado de biocombustíveis utilizando o processo Hbio (que envolve a hidrogenação de óleos vegetais na produção de diesel verde) é um exemplo disso.

É inexorável que a energia renovável ocupará cada vez mais espaço, pressionando os produtores de petróleo, é um caminho sem volta, uma necessidade, que não está livre de intercorrências, altos e baixos. Produzir energia limpa é parte da construção de um mundo melhor, mais sustentável. Todos sabem disso, inclusive as Cias de petróleo.

O interessante, e talvez irônico, deste processo em curso é que a transição energética depende do fóssil, portanto, há necessidade de se seguir produzindo derivados de petróleo, tanto quanto é imperioso fomentar os investimentos em fontes mais limpas.

Não é um “OU” outro, mas um “E” outro durante a transição.

Neste sentido, a BP faz uma aposta acertada nos rumos dos seus negócios, assim como a Petrobras o fez focando por ora em O&G. Mesmo que o pico do petróleo já tenha chegado, há espaço e tempo ainda para que todas as petroleiras venham a se tornar Petro-greens. Obviamente, quem sai na frente dita a moda e ganha os holofotes.

A Coluna do Gauto é publica na primeira sexta-feira de cada mês. 

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