epbr
Sem resultados
Veja todos os resultados
epbr
Sem resultados
Veja todos os resultados
epbr
Sem resultados
Veja todos os resultados
Eneva
Capa Notícias

A gasolina acabou. O preço deve subir

porMarcelo Gauto
19 de junho de 2018
Em Notícias

O título te impressionou? Calma, vou te explicar. Obviamente, ainda há gasolina sendo produzida em grande quantidade no Brasil, mas ela não é suficiente para suprir a demanda brasileira há alguns anos, ou seja, somo deficitários na produção de gasolina. Vamos aos números.

+ Gasolina, eleições e política de preços da Petrobras

+ O preço da gasolina é caro no Brasil?

+ Combustíveis: para onde vai a política de precificação?

+ Os princípios e as distorções da política de preços dos combustíveis

Para se avaliar o consumo de gasolina A é necessário avaliar a produção deste derivado nas refinarias e centrais petroquímicas, bem como sua importação e exportação, de modo a compor o consumo aparente. Assim,

Consumo aparente = Produção refino + Produção Petroquímica + importação – exportação

A produção interna de gasolina A ocorre nas refinarias e centrais petroquímicas, compondo nossa produção total:

Produção total = Produção refino + Produção Petroquímica

Desde 2011, a produção total de gasolina A é inferior ao seu consumo aparente, conforme demonstro no gráfico a seguir, utilizando dados publicados pela Agência Nacional do Petróleo (ANP).

Consumo e produção de Gasolina A no Brasil 2007-2017 (elaboração própria com dados ANP, 2018)

O consumo de gasolina A que em 2009 era próximo de 18 milhões de m³, passou para 32 milhões de m³ em 2013, um aumento de 78 % em apenas 4 anos. Por que o consumo descolou da produção?

Aumento do consumo

Os principais fatores para o crescimento do consumo de gasolina A no país de 2009 a 2013 são: crescimento da economia no período, aumento da frota de veículos leves e subsídio no preço da gasolina.

– Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o PIB nominal brasileiro em 2009 foi de R$ 3,33 trilhões. Já em 2013, o PIB nominal foi de R$ 5,33 trilhões, o que representa um aumento de 60 % no PIB no período 2009-2013.

– Segundo levantamento da União da indústria da cana-de-açúcar (UNICA), a frota de veículos do ciclo Otto no Brasil em 2009 era próxima de 25 milhões de unidades e alcançou a marca de 33,5 milhões de unidades em 2013, um aumento da frota de 34 % no período 2009-2013.

– Dados dos relatórios mensais do Ministério de Minas e Energia (MME) demonstram que a partir de janeiro 2011 até final de 2014, os preços da gasolina do produtor interno brasileiro (PI) ficaram defasados em relação ao importado (USG), como pode ser verificado na figura 2. Com preços atrativos, o consumo aumenta.

Comparação de preços da gasolina importada com a produzida internamente (Fonte: MME, 2014)

Produção de Gasolina A

A gasolina A é produzida nas refinarias e centrais petroquímicas espalhadas pelo país. São 17 refinarias e 3 centrais petroquímicas. Majoritariamente, a gasolina A é produzida nas refinarias, sendo a produção via petroquímica pequena em comparação. A produção aproximada de gasolina nas refinarias em 2009 foi de 19,7 milhões de m³, enquanto em 2013 foi de 28,6 milhões de m³, um aumento expressivo de 45 %, mas insuficiente para suprir a demanda crescente pelo combustível no período.

Fonte: elaboração própria baseada nos dados da ANP, 2018

É importante ressaltar que o aumento na produção de gasolina A de 2009 a 2013 nas refinarias ocorreu mediante aumento das cargas de petróleo e ajustes operacionais que permitiram tal acréscimo de produção sem que nenhuma nova refinaria fosse construída no país. Só que em 2013 chegou-se ao limite, quando o parque de refino operou a 98 % da sua capacidade (ANP, 2017). Assim, podemos inferir que a capacidade máxima de produção de gasolina A nas refinarias é próxima dos 30 milhões de m³/ano.

Como visto até aqui, o Brasil tinha produção de gasolina A superior ao consumo até 2010. Desde então, as importações desse combustível sempre foram superiores à exportação, gerando déficit comercial, como pode ser observado na figura 3.

Saldo comercial, em barris equivalentes de petróleo (bep), para a Gasolina A no Brasil. (Fonte: elaboração própria baseada em ANP, 2018)

Perspectivas 2018-2028

A análise dos dados nos permite concluir que as refinarias brasileiras não têm capacidade de suprir o mercado de gasolina A nos próximos anos, pois a demanda é maior do que a capacidade instalada para produção deste insumo desde 2011. Até início de 2018, não havia previsão de investimentos em novas refinarias ou em unidades de conversão produtoras de gasolina, como unidades de craqueamento e reforma catalítica, por exemplo, então vamos recorrer cada vez mais a importação. Igualmente, a necessidade crescente de importação de gasolina irá estressar a infraestrutura logística existente, que igualmente precisará de investimentos para dar conta da demanda.

Quando o Brasil voltar a crescer, o que é esperado e desejado, a soma de fatores como maior demanda, produção no limite e logística de importação estressada, fatalmente levará a um aumento nos preços da gasolina A. Aumentos na cotação do barril de petróleo e/ou desvalorização do real frente ao dólar tenderão a pressionar ainda mais o preço do combustível.

Preços mais elevados para a gasolina tornarão outras alternativas mais atrativas: maior uso de biocombustível (etanol), de gás natural veicular (GNV), além dos carros elétricos e híbridos, cuja utilização deve aumentar nos próximos anos. Há ainda aqueles que irão trocar o automóvel por transporte público ou bicicleta, entre outras opções. Seja qual for a sua escolha, prepare-se para o futuro utilizando menos gasolina, ou então prepare o bolso.

REFERÊNCIAS

(ANP) Agência Nacional do Petróleo. Anuário estatístico brasileiro do petróleo, gás natural e biocombustíveis: 2017. Rio de Janeiro: ANP, 2017.

(ANP) Agência Nacional do Petróleo. Dados estatísticos. Disponível em: <http://www.anp.gov.br/dados-estatisticos>. Acessado em Junho de 2018.

(IBGE) Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Contas nacionais – PIB em valores correntes. Disponível em: <https://brasilemsintese.ibge.gov.br/contas-nacionais/pib-valores-correntes.html>. Acessado em Junho de 2018.

(MME) Ministério de Minas e Energia. Relatório de mercado de derivados de petróleo. Número 103. Julho de 2014. Pág. 3. Brasília: MME, 2014.

(UNICA) União da Indústria de Cana-de-açúcar. Frota brasileira de autoveículos leves (Ciclo Otto). Disponível em: <http://www.unicadata.com.br/listagem.php?idMn=55>. Acessado em Junho de 2018.




Tudo sobre: DieselGasolinaGreve dos caminhoneirosIvan MonteiroMichel TemerMinistério de Minas e Energia (MME)Moreira FrancoPedro parentePetrobrasRefino

Mais da epbr

Ministros recebem Porto do Açu para assinatura de contrato do terminal de GNL
Combustíveis

Proibição da importação provocaria risco de desabastecimento no mercado de combustíveis, dizem associações

porGustavo Gaudarde
16 de abril de 2021
O General Joaquim Silva e Luna, cumprimenta o Ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque
Política energética

Petrobras elege Silva e Luna presidente e define nova diretoria

porepbr
16 de abril de 2021
Não há justificativa técnica para que a Petrobras seja credora na revisão do contrato da cessão onerosa
Comece seu Dia

Ainda é cedo para decidir sobre devolução de Saturno, no pré-sal de Santos, diz Shell

porepbr
16 de abril de 2021
Devolução de Peroba marca primeiro insucesso da partilha da produção
Mercado offshore

Devolução de Peroba marca primeiro insucesso da partilha da produção

porFelipe Maciel
15 de abril de 2021
Terminal de Derivados de Alemoa, Porto de Santos, Petrobras
Combustíveis

Mesmo com reajuste, importadores calculam defasagem de 7% na gasolina

porepbr
15 de abril de 2021
Mais

mais lidas

  • Devolução de Peroba marca primeiro insucesso da partilha da produção

    Devolução de Peroba marca primeiro insucesso da partilha da produção

    178 compartilhamentos
    Compartilhar 71 Tweet 45
  • New Fortress Energy retoma acordo para venda de GNL para Alunorte no Pará

    116 compartilhamentos
    Compartilhar 46 Tweet 29
  • Preço do diesel da Petrobras sobe 3,7% nesta sexta (16)

    137 compartilhamentos
    Compartilhar 55 Tweet 34
  • Ainda é cedo para decidir sobre devolução de Saturno, no pré-sal de Santos, diz Shell

    113 compartilhamentos
    Compartilhar 45 Tweet 28
  • Mercado de carbono está maduro e Brasil tem condições para neutralizar emissões até 2050, diz presidente do CEBDS

    111 compartilhamentos
    Compartilhar 44 Tweet 28
Eneva

vídeos

Em execução

Sergio Araujo, presidente executivo da Abicom

Sergio Araujo, presidente executivo da Abicom

Sergio Araujo, presidente executivo da Abicom

Vídeos
CEO do Porto do Açu, José Firmo é o convidado do epbr entrevista de quinta (1º)

CEO do Porto do Açu, José Firmo é o convidado do epbr entrevista de quinta (1º)

Vídeos
André Clark, diretor geral da Siemens Energy Brasil

André Clark, diretor geral da Siemens Energy Brasil

Vídeos
Relator do Marco Legal da Geração Distribuída, Lafayette de Andrada

Relator do Marco Legal da Geração Distribuída, Lafayette de Andrada

Setor elétrico
Bárbara Rubim

Bárbara Rubim, vice-presidente de geração distribuída da Absolar, é a entrevistada desta quinta (8)

Vídeos
epbr

© 2020 agência epbr

Mapa do site

  • Newsletter
  • Política energética
  • Congresso
  • Petróleo e gás
  • Mercado de gás
  • Combustíveis
  • Transição energética
  • Clima
  • Vídeo
  • Podcast
  • Colunas e opinião
  • Quem somos

Nossas redes

Sem resultados
Veja todos os resultados
  • Newsletter
  • Política energética
  • Congresso
  • Petróleo e gás
  • Mercado de gás
  • Combustíveis
  • Transição energética
  • Clima
  • Vídeo
  • Podcast
  • Colunas e opinião
  • Quem somos

© 2020 agência epbr

Bem vindo de volta!

Entre na sua conta abaixo

Forgotten Password?

Create New Account!

Fill the forms bellow to register

All fields are required. Entrar

Retrieve your password

Please enter your username or email address to reset your password.

Entrar

Add New Playlist

Vá para versão mobile