Mapa da energia eólica offshore no Brasil

O mapa interativo da agência epbr sobre o mercado de energia offshore no Brasil

Brasil tem 189 GW de projetos eólicos offshore em licenciamento

Rio Grande do Sul lidera com 33% da capacidade registrada no Ibama, seguido por Ceará e Rio de Janeiro.

O Brasil tem 189 GW de projetos eólicos offshore atualmente em licenciamento no Ibama. A geração de energia dos ventos em alto mar é um mercado ainda inexplorado no país, mas a expectativa das empresas é que se desenvolva rapidamente assim que o marco regulatório for aprovado e começarem os primeiros leilões.

Atualmente, há 78 projetos de eólica offshore em desenvolvimento em oito estados brasileiros, nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste.

São mais de vinte empreendedores, incluindo empresas que ainda não atuam no mercado brasileiro, como a chinesa Shizen e a Corio Generation, do fundo australiano Macquarie.

A atividade também atrai a atenção das petroleiras, como Shell, Equinor e TotalEnergies, que veem oportunidades de sinergia com a exploração e produção de petróleo offshore.

O principal entrave hoje para tirar os projetos do papel é a falta de regulamentação da atividade, segundo as empresas.

Os 10 estados com mais projetos de eólica offshore

O Rio Grande do Sul lidera o ranking dos estados com mais projetos de eólica offshore. São 24 empreendimentos registrados no Ibama, com capacidade total de 61.719 MW, o equivalente a 33% do total.

O Ceará vem logo em seguida, também com 23 parques, totalizando 58.105 MW de potência.

Veja a lista completa:

RS: 24 parques | 61.719 MW (33%)

CE: 23 parques | 58.105 MW (31%)

RJ: 10 parques | 29.018,5 MW (15%)

RN: 10 parques | 17.841,5 MW (9%)

PI: 4 parques | 6.924 MW (4%)

ES: 4 parques | 6.400 MW (3%)

SC: 1 parques | 5.700 MW (3%)

MA: 2 parques | 3.360 MW (2%)

Parte dos projetos em licenciamento junto ao Ibama apresentam algum tipo de sobreposição. A situação mais complicada é no Ceará, com sete dos 22 projetos sobrepostos, depois Rio Grande do Norte, com cinco dos dez parques com alguma sobreposição, e Rio de Janeiro, com cinco projetos sobrepostos do total de nove no estado.

As empresas com projetos de eólica offshore no Brasil

Mais de 20 empreendedores têm projetos eólicos offshore registrados no Ibama. A chinesa Shizen tem o maior número de parques em licenciamento, seguida pela Shell.

Veja a lista dos empreendedores:

 

Petroleiras têm muito interesse

As empresas de petróleo estão entre as principais interessadas no desenvolvimento do mercado eólico offshore. Há mais de um motivo para isso. Um deles é que estão diversificando as atividades e investindo em geração renovável para reduzir a pegada de carbono e compensar as emissões geradas com a exploração e produção de óleo e gás.

Uma das possibilidades é eletrificar as operações das plataformas e sistemas subsea de exploração e produção de óleo e gás.

Outra razão é que já têm décadas de experiência nas atividades offshore, estruturas instaladas na costa brasileira, pessoal e fornecedores especializados em trabalho no mar. Essa é uma vantagem competitiva em relação a operadores de eólicas onshore, que, no entanto, têm conhecimento especializado sobre a gestão de parques eólicos e sobre a geração e transmissão de energia elétrica.

Isso vale tanto para as operadoras quanto para os fornecedores.

 

Diálogos da Transição – Eólicas offshore e Hidrogênio



Hidrogênio e eólica offshore

A rota do hidrogênio é fundamental para tirar parte dos projetos eólicos offshore do papel, já que não há demanda prevista no mercado regulado de energia para tanta capacidade de geração.

Esse é o caminho para o desenvolvimento de boa parte dos projetos. Em especial, os parques offshore que estão localizados próximos a portos industriais, como no Açu (RJ), Pecém (CE) e Rio Grande (RS).

Uma das possibilidades é produzir o hidrogênio verde para exportação a outros países.

A Wood Mackenzie prevê que o Brasil responderá por cerca de 6% do suprimento total de H2V do mundo até 2050, com o mercado ganhando escala após 2030.

Leilão eólico offshore está previsto para 2024

A Petrobras e a TotalEnergies esperam que o governo federal faça o primeiro leilão de áreas para geração de energia eólica offshore em 2024. A expectativa é compartilhada pelo IBP, que representa as produtoras de petróleo.

As petroleiras esperam que seja realizado um leilão de blocos offshore, a exemplo do que ocorre com o óleo e gás. Querem também preferência para a instalação de usinas nas áreas onde já têm concessão para explorar petróleo e gás. Esse benefício é questionado por empresas que atuam no mercado eólico onshore.

As eólicas onshore participam de leilões de energia em que vendem a eletricidade gerada ou a capacidade instalada, dependendo do modelo. Também atuam no mercado livre.

Congresso analisa marco regulatório da eólica offshore

A falta de regulamentação é considerada o principal entrave para o desenvolvimento desse mercado. Para que um leilão aconteça, por exemplo, é necessário aprovar o marco legal das eólicas offshore na Câmara dos Deputados e as regras pela agência reguladora.

As áreas com potencial de geração offshore são exploradas a partir de cessão de uso, de acordo com o Decreto Federal nº 10.946/2022 e a Portaria Interministerial MME/MMA nº 3/2022.

Caso aprovado, no entanto, o Projeto de Lei nº 576/2021 vai permitir o desenvolvimento de geração offshore por meio também de outorga, possibilitando a realização de leilões de blocos.

O marco foi aprovado no Senado e está sendo analisado pelos deputados.

A epbr discutiu a regulamentação das eólicas no programa antessala no Youtube. Veja a íntegra:

https://epbr.com.br/por-que-precisamos-de-um-marco-legal-para-eolicas-offshore-antessala-epbr/

Outro ponto ainda indefinido é o licenciamento ambiental, que ainda não tem critérios claros definidos pelo Ibama.

Agências reguladoras são complementares

Outro ponto em discussão é a competência da Aneel para fazer os leilões de cessão de áreas e a fiscalização dos projetos eólicos offshore, já que a agência não tem experiência nessas atividades e já admitiu que não tem capacidade para fiscalização e nem pessoal especializado para atuar no offshore.

Essa é exatamente a expertise da ANP, que realiza leilões de áreas exploratórias em alto mar há décadas, assim como a fiscalização das operações no offshore brasileiro.