Os investimentos globais no setor de energia devem crescer cerca de 10% e alcançar US$ 1,9 trilhão em 2021, revertendo a maior parte da queda do ano passado, o primeiro da pandemia de covid-19.
Contudo, os aportes em transição para energia limpa precisam triplicar para cumprir as metas climáticas do Acordo de Paris e manter o aquecimento do planeta abaixo de 1,5° C.
As estimativas são de relatório da Agência Internacional de Energia (IEA, em inglês) publicado na quarta (2), que traz como destaque a tendência de mudança no perfil de investimentos do setor energético.
“2021 está prestes a ser o sexto ano consecutivo em que o investimento no setor de energia supera o do abastecimento tradicional de petróleo e gás”, diz a agência.
Segundo o World Energy Investment 2021, o investimento no setor elétrico deve crescer aproximadamente 5% este ano para mais de US$ 820 bilhões, em seu nível mais alto, depois de permanecer estável em 2020.
As renováveis dominam o investimento em nova capacidade de geração e devem representar 70% do total este ano.
“E esse dinheiro agora vai mais longe do que nunca no financiamento de eletricidade limpa, com cada dólar gasto na implantação de energia solar fotovoltaica hoje resultando em quatro vezes mais eletricidade do que há dez anos, graças à tecnologia muito melhorada e custos decrescentes”, destaca.
Diversificação
Análise da IEA em 2020 alertou que apenas 1% dos gastos de capital da indústria estavam sendo direcionados para energia limpa.
Em 2021, o acompanhamento da agência sugere aumento para 4% em média, ficando bem acima de 10% no caso de algumas das principais empresas europeias.
“A influência dos pacotes de recuperação e das novas medidas de política climática transparece nas expectativas de gastos crescentes em 2021 com energia renovável, redes de eletricidade, eficiência energética – principalmente no setor de edifícios na Europa – e tecnologias emergentes”, analisa.
Destaque para a captura, utilização e armazenamento de carbono (CCUS) e hidrogênio de baixo carbono entre as tecnologias emergentes que têm atraído as petroleiras.