BRASÍLIA – O Ministério de Minas e Energia (MME) recomendou à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) a exclusão do lote 2 do próximo leilão de transmissão. A preocupação da pasta é com adequação para eventos climáticos extremos, a exemplo da calamidade que se instalou no Rio Grande do Sul.
A informação foi levada pelo diretor da Aneel Fernando Mosna, durante a reunião ordinária desta terça-feira (30/7).
As instalações eram planejadas justamente para o Rio Grande do Sul e incluíam linhas de transmissão nas cidades de Ivoti, São Sebastião do Caí, Caxias e Campo Bom.
Duas subestações de 230 kV/138 kV seriam instaladas em São Sebastião do Caí e em Ivoti.
Os licenciamentos ambientais de leilões anteriores está travados em meio às dificuldades no Ibama.
No ofício enviado à Aneel, o MME informou que o material técnico encaminhado à agência deverá ser reavaliado e que a readequação não ocorrerá em prazo hábil antes do leilão, marcado para o dia 27 de setembro na B3, em São Paulo.
A pasta indica que existe a necessidade de mitigar riscos de implantação em caso de eventos climáticos extremos.
O Rio Grande do Sul conviveu com alagamentos em 2023 e 2024. A subestação Nova Santa Rita, na região metropolitana de Porto Alegre precisou ser desligada nas duas ocasiões.
Sobre o leilão
A Aneel previa investimentos de R$ 4,06 bilhões, com obras que passariam pelos estados da Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
A previsão era construir 848 quilômetros de linhas de transmissão, com capacidade de transformação de 1.750 MVA. As obras gerariam 10,8 mil empregos.
Histórico
Os dois leilões de transmissão realizados pela Aneel em 2022 contratam 5.999 quilômetros de linhas de transmissão, com um custo estimado de R$ 18,6 bilhões.
Em 2023, a agência realizou mais dois leilões, que totalizaram R$ 37,4 bilhões em investimentos, para a construção de 10,6 mil quilômetros de linhas de transmissão.
Já em março de 2024, o leilão negociou a construção de 6.464 km de linhas de transmissão, com investimento previsto de R$ 18,2 bilhões.
O próximo certame está marcado para o mês de setembro, com obras que chegarão a R$ 4 bilhões, para a construção de 848 km de linhas de transmissão.
Ou seja, os investimentos nos três anos vão chegar a R$ 74,2 bilhões, sem que haja previsão de conclusão da análise ambiental dos empreendimentos.