RIO – O Porto do Pecém iniciou estudos para identificar que investimentos serão necessários na infraestrutura do complexo portuário para atrair investimentos para projetos de eólicas offshore e hidrogênio verde para o Ceará, afirmou nesta terça (26/3) a secretária de Relações Internacionais do Estado, Roseane Medeiros.
“Porque, obviamente, esses investimentos [nos projetos em renováveis] são investimentos privados. Os governos, nem do Ceará nem o governo brasileiro, têm capital suficiente para fazer esses investimentos e isso vai ser feito pela iniciativa privada. Então, o estado está se preparando, primeiro estudando a infraestrutura que vai ser necessária, que isso sim é um investimento que o estado pretende fazer: aumentar a área portuária”, disse Roseane Medeiros ao TotalEnergies Studio, produzido pela epbr na Brazil Offshore Wind Summit no Rio. Veja acima a íntegra da entrevista.
Ela destaca que Pecém tem uma área disponível grande para abrigar o desenvolvimento de uma nova indústria como a do hidrogênio e eólicas offshore. Uma das propostas do Ceará, segundo ela, é justamente desenvolver, no estado, toda a cadeia de produção.
“Isso [área disponível] é uma grande vantagem, porque muitos outros lugares do mundo que estão nessa corrida não têm essa vantagem de ter a área que nós temos disponíveis para oferecer para os investidores”, comentou.
Quatro empresas têm pré-contrato com Pecém
Ao todo, quatro empresas interessadas em desenvolver projetos de hidrogênio verde têm, hoje, pré-contrato com o Complexo do Pecém (CIPP S/A), uma joint venture formada pelo governo cearense e pelo Porto de Roterdã, dos Países Baixos. São elas a Cactus Energia, Fortescue, AES Brasil e Casa dos Ventos.
“Ou seja, eles estão pagando já um aluguel pela reserva da área que eles querem. Obviamente, os primeiros que chegam conseguem as melhores condições. Que aí são condições de cada investidor de ficar perto da área do Porto, com fácil acesso à transmissão, com fácil acesso também à captação de água. Então, todos esses, os primeiros que chegam, vão ter as vantagens mais facilidades no sentido de reservarem as melhores áreas”, comentou Medeiros.
A secretária conta que os investimentos privados ainda deslancharam no ritmo esperado, mas, segundo ela, o “compromisso continua firme”, sobretudo por parte da Europa e seu interesse em buscar fontes de suprimento de hidrogênio verde competitivo.
Medeiros acredita ainda que a presidência do Brasil no G20, este ano, tende a colocar em evidência a pauta da transição energética.
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