RIO A regulação do mercado de carbono no Brasil é urgente e já está atrasada, afirmou Alexandre Calmon, sócio do Campos Mello Advogados, nesta quarta-feira (21/6). Ele falou em entrevista exclusiva ao estúdio epbr durante a ESG Energy Forum do IBP, no Rio de Janeiro (veja a íntegra acima).
“A verdade é que a gente já tá atrasado. É acho que existe uma percepção geral que o Brasil tem um potencial desenvolvimento do mercado [de carbono] muito grande. E isso precisa ser acelerado”, disse Calmon.
“Essa foi a mensagem principal do debate aqui nesse fórum muito bem colocado pelo IBP: é da urgência de você hoje ter regras claras para regular esse mercado. Não é isso que vai impedir a existência de projetos. Mas é isso que vai permitir o ganho de escala, a escalabilidade desses projetos com um impacto mais direto e mais relevante na economia brasileira.”
De acordo com Calmon, o mais importante é ter uma regulamentação concreta para que seja possível começar a trabalhar no desenvolvimento do mercado.
“Para que isso possa ser acelerado a gente precisa de um marco regulatório claro. Pelo menos concreto. Pode até não ser nem tão claro, mas desde que a gente tenha um que a gente possa começar a trabalhar, é aquela história do bom inimigo do ótimo. É melhor você ter um marco que talvez não seja o ideal, mas que esteja em vigor do que você estar no limbo, como a gente tá hoje.”
Marco vai permitir desenvolvimento de fontes fósseis
De acordo com Calmon, o marco regulatório do carbono vai permitir o financiamento e desenvolvimento de projetos de fontes fósseis.
“Porque esse novo marco ele vai trazer é a possibilidade de você financiar diversos desses projetos. O que claramente se pôs agora é que a discussão que antes era uma discussão de substituição, ela passou a ser uma discussão de adição”, afirmou.
“Antes de você falava em substituição das fontes fósseis. O que se discute hoje em dia é a adição de fontes renováveis a uma matriz fóssil e uma necessidade de descarbonizar a matriz fóssil existente. Então, de você conseguir tornar projetos existentes mais eficientes no sentido da sua pegada de carbono. E de eventualmente novos projetos com uma eventual pegada neutra até com desenvolvimento de novas tecnologias.”
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