SALVADOR — Se o Brasil não buscar reduzir os custos da infraestrutura, como gasodutos e unidades de processamento, o preço do gás natural não ganhará competitividade na ponta, afirmou nesta quarta (24/5) o diretor comercial da PetroReconcavo, João Vitor Moreira, ao estúdio epbr, durante a Bahia Oil & Gas Energy.
Segundo o executivo, o peso dos custos do transporte e processamento no preço final do gás, no mercado nacional, é maior que a média global.
Ele cita que os serviços de processamento de agentes privados no Brasil custam cerca de 1/3 dos custos do acesso à infraestrutura da Petrobras.
“E não é diferente no transporte. Entendemos bem os contratos legados a partir da passagem da TAG [Transportadora Associada de Gás] e outras transportadoras [para a iniciativa privada], mas se o Brasil não olhar para frente, para a necessidade de racionalizar esses custos também, o gás na ponta não vai evoluir”, comentou.
Ele acredita que as tarifas de transporte dos contratos legados – aqueles em que a Petrobras contratou a capacidade total dos gasodutos e que permitiram a privatização das transportadoras – cairão, à medida que esses contratos forem vencendo.
Enquanto isso não acontece, defende Moreira, há espaço para se buscar reduções nos custos.
“Francamente, não vejo, na prática, o valor da tarifa para o gás adicional [aos contratos legados] mais barato que o valor dos contratos legados. Não é o que vemos na realidade”, disse.
Ele acredita que a revisão da Resolução ANP nº 15/2014, prevista na agenda regulatória da agência, é uma oportunidade ideal para tratar desse assunto.
“Naturalmente, as métricas e a matemática para gerar uma tarifa de transporte não é trivial, mas acredito que é o momento ideal para a gente tratar dessa questão”, completou.
A ANP pretende revisar os critérios para cálculo das tarifas e receitas das transportadoras; definir os procedimentos para aprovação das propostas de tarifas; e traçar as diretrizes para repasse de receita entre os transportadores interconectados.
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