Os choques no mercado de petróleo, provocados pela pandemia de covid-19, forçaram a indústria a repensar as projeções para a transição energética e muitos analistas vêm apontando que o pico da demanda futura por óleo pode estar mais próximo ou mesmo já ter sido ultrapassado.
Na visão de Lorena Dominguez, diretora de Operações da Repsol Sinopec Brasil, o óleo ainda tem um papel a cumprir, até no financiamento desta transição, que de fato, será mais rápida.
“[A pandemia] foi como um empurrão para a transição energética. Todas as empresas vinham falando sobre a transição. Com a redução da demanda e diminuição do preço do óleo, a covid-19 foi uma aceleração dessa transição”, diz.
Ainda assim, “é preciso dinheiro para a transição energética, e o upstream vai financiar parte dessa transição. O upstream ainda tem muito tempo de vida”, conclui.
…Mas o Brasil está bem posicionado
Neste mesmo contexto de rearranjo dos investimentos em óleo e renováveis, a executiva afirma que a oferta de fontes no Brasil e alta competitividade dos ativos do pré-sal deixam o país em uma posição favorável.
“O Brasil é um dos maiores focos do óleo e gás nesse momento, pelo potencial que tem na transição energética e na produtividade dos poços”.
E pode ser otimista com reformas que ajudem a destravar projetos (e novos investimentos).
“O Brasil está fazendo mudanças, é uma realidade. Há dois, três anos atrás, tínhamos mais dúvidas. Essa virada para abrir o mercado do gás está sendo mais rápida. A regulação tem que mudar bastante, mas estamos mais otimistas”.