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Operadoras precisam abrir projetos que serão beneficiados com redução dos royalties, diz Mauro Destri

porepbr
5 de outubro de 2018
Em Colunas e opinião

As operadoras deveriam apresentar um estudo mostrando quantos projetos seriam inseridos ou reinseridos em suas carteiras em função da redução dos royalties para produção incremental de petróleo e gás em campos maduros. A avaliação é do consultor e ex-gerente da Petrobras, Mauro Destri, que conversou com a epbr, sobre as medidas propostas pela ANP e comemoradas pelo prefeito de Macaé, Aluízio Júnior.

Destri avalia que a apresentação deste estudo é importante para que a sociedade saiba quais estados e municípios seriam afetados positivamente. “Enfim, acho que está na hora de sermos mais curiosos pois somente assim podemos planejar nosso futuro baseados nas boas notícias do presente”, diz o consultor.

Veja abaixo a íntegra da entrevista:

epbr: O prefeito de Macaé, Aluízio Nunes, em entrevista exclusiva ao Rio Oil & Gas Studio, defendeu a redução dos royalties para a produção incremental dos campos maduros, que foi regulamentada na última semana para a ANP. Como você vê a medida?

Mauro Destri: A redução de quaisquer custos sobre a produção, sejam tributos, custos de prestadores de serviços, participações governamentais ou royalties é sempre bem-vinda ao EVTE (Estudo de viabilidade técnico e Econômica) de qualquer projeto de investimentos, inclusive novos poços. Todavia, gostaria muito que nosso ilustre prefeito, que é tão inquieto como eu, fosse mais curioso.

Mas em qual sentido?

Toda operadora tem em sua carteira de projetos dentro do seu planejamento, projetos com economicidade, mas diluídos ao longo dos anos em função de vários fatores como produção, disponibilidade de recursos críticos, capex, etc. No caso da redução dos royalties, pode afetar a ordem de entrada dos projetos, priorizando, quem sabe, de maior produção.

Toda operadora tem também uma carteira de projetos que, por não atingir determinados indicadores, como o brent de equilíbrio, por exemplo, não entra no seu planejamento. Mas a empresa os mantém em constante avaliação para que, no caso da mudança positiva de alguma das variáveis citadas acima, os indicadores do projeto o tornem atraente.

Esses indicaremos mudam a percepção da empresa. É isso?

Mas ficam algumas questões. A ANP tem uma planilha com cálculos de projetos que se tornarão atraentes com a redução da alíquota a ponto de eles entrarem no portfólio das operadoras, gerando riquezas tão necessárias para o Brasil?

Se sim, qual o montante que poderá ser investido pelas operadoras em função direta de tal redução?

Se não, ela pretende solicitar? Quando a sociedade teria ideia de tais valores e quantos empregos seriam mantidos (nem falo em empregos gerados) com esta redução?

As operadoras têm um estudo mostrando quantos projetos seriam inseridos ou reinseridos em suas carteiras em função de tal redução por bacia geográfica? Essas informações são importantes para sabermos quais estados e municípios seriam afetados positivamente.

Outra coisa. As operadoras possuem um estudo mostrando os valores que seriam investidos em projetos em função direta da redução de royalties? Caso a redução não seja suficiente para tornar os projetos atraentes a ponto de serem colocados nas carteiras de investimento poderão se beneficiar da redução para os projetos já em produção e, como irão reverter isto para extensão de vida útil de projetos e unidades?

Enfim, acho que está na hora de sermos mais curiosos, pois somente assim podemos planejar nosso futuro baseados nas boas notícias do presente.

Mas você acha que o descomissionamento e projetos de revitalização não podem gerar novos negócios?

Revitalizar pode ser dividido em duas partes:

Para ao menos manter unidades e sistemas de produção produzindo até o final da concessão, já que em muitos casos variáveis como custos de manutenção, necessidade de intervenções em poços, entre outros, podem não permitir que tais sistemas produzam até o final do prazo de concessão, no caso da Rodada Zero até 2025.

Ou revitalizar para estender a vida útil do campo, como o caso de Marlim, que teve o prazo da concessão estendido pela ANP, até 2052. O campo será revitalizado com a entrada de duas novas unidades em 2022 e com a saída de nove até 2026.

Mas também pode ser feita a revitalização com investimentos para melhorias nas unidades ora em produção. Um caso hipotético: Enchova poderia receber investimento na unidade e no campo para que a plataforma e os sistemas de operação pudessem ter sua vida útil estendida, por exemplo, por mais 15 anos. Seriam reforços estruturais; aumento da capacidade de tratamento; manutenções em poços existentes, novos poços

Em ambos os casos, o que se quer é o aumento do fator de recuperação dos campos, manutenção de unidades em operação o máximo possível e, consequentemente, manutenção de empregos e geração de riqueza.

A Petrobras vendeu algumas de suas plataformas mais antigas da Bacia de Campos. Elas já foram descomissionadas?

A Petrobras implementou a partir de 2017 um programa de desinvestimento, vendendo campos e sistemas operacionais instalados e, produzindo em campos maduros. A primeira grande venda na Bacia de Campos aconteceu na área Centro-Sul. As plataformas de PCE-1; P-65; PPM-1 e P-08 foram vendidas, mas a vencedora ainda não iniciou as operações. Estão nos trâmites finais da negociação.

Outros campos, como os localizados nas áreas Norte e Nordeste, por exemplo, também estão à venda.

Mas esses projetos podem gerar benefícios para a região?

A Petrobras já fez nos anos de 2014 e 2016 um amplo programa de PIDV – Demissão Voluntária, enxugando seus quadros e redistribuindo mão de obra altamente especializada. Os que ainda estão nessas unidades serão remanejados por unidades da própria Bacia de Campos ou irão operar unidades do pré-sal. A migração desta mão de obra para o pré-sal, retira da cidade um contingente já instalado, com poder aquisitivo significativo. Do ponto de vista de distribuição desta renda na cidade pode ser um impacto significante, se migrado para fora da cidade.

Também temos um enorme contingente, pelo menos 240 profissionais por plataforma, considerando duas turmas, entre residentes e temporários nas áreas de manutenção e operação de guindaste; eletricistas; mecânicos; instrumentistas; soldadores, cadeireiros, etc.

Esta mão de obra será aproveitada pela empresa vencedora? Se não, a empresa vencedora irá realizar nova licitação? Mas e os empregados terceirizados atualmente serão reaproveitados? Haverá redução de mão de obra? Redução de salários?

E a mão de obra da vencedora para operar as plataformas compradas: de onde virão estes operadores? Aposentados da Petrobras? De empresas que já operaram?

Se sim, temos esta mão de obra na quantidade necessária? Com certeza não residem em Macaé. Haverá algum acompanhamento na alocação desta mão de obra na cidade pelo Poder Executivo? Repondo bairros que perderam residentes?

Estes profissionais podem ser treinados entre os já residentes ou teremos nova “invasão”, como no início da Petrobras quando importamos de escolas técnicas de várias regiões?

E a mão de obra de manutenção: como a empresa vencedora irá proceder? Vai primeirizar? Neste caso, a empresa vencedora, teria de encerrar todos os contratos já citados mais acima e, criar equipe própria. Ou aproveita parte (não acredito no todo, terão de fazer diferente para baixar custos), ou contrata nova mão de obra. Tanto para um caso, quanto para o outro, o importante para o município é analisar o balanço e planejar como recolocar os que ficarem sem emprego. A boa notícia é que os leilões estão trazendo mais novas operadoras.

Se for manter a terceirização o importante é saber se manterá os contratos em vigor ou se renegociará ou encerrará e fará novas licitações. O importante é que o poder público fique atento ao saldo de empregos e até de salários para agir preventivamente. Já se reuniram com a vencedora?

O prefeito Aluízio Junior defendeu a redução dos royalties como medida para postergar o descomissionamento.

Muitos são os motivos que nos levam a descomissionar uma unidade, por exemplo a perda de economicidade, acidentes naturais que podem danificar uma plataforma ou equipamentos submarinos, revitalização do campo, acidentes graves que danificam estruturas e até mesmo o fim da vida útil das unidades de produção. Fato é que, mais dia menos dia, serão descomissionadas. Todos nós de Macaé e região para não perder temos que planejar. Hoje já estamos perdendo o trem da história.

Como assim?

Temos seis descomissionamentos já com plano de descomissionamento e PDI (Projeto de Desativação de Instalações) em fase de aprovação. Ou seja, nos próximos anos, por conta da entrada do projeto de revitalização de Marlim, entram duas novas plataformas e saem nove, além dos outros projetos de descomissionamento já em andamento (P-07, P-12, P-15, FPSORJ, FPSORO) serão 14. Prestaram bem atenção, saem 14 plataformas só na Bacia de Campos. Então, temos de planejar sim. Vamos ter alguns impactos positivos e negativos.

 

E quais são as oportunidades para a cidade?

Não existe em Macaé, sem ser da Petrobras, área alfandegada para receber material Repetro. Mas qual o quantitativo previsto de equipamentos e sobressalentes repretado? Deverão passar pelo processo de destruição ou reexportação?

Não seria o caso de o poder público assumir a tarefa de se reunir com a operadora e projetar isso? Além disto, podemos reutilizar imóveis hoje abandonados com as instalações da vencedora do desinvestimento da Petrobras para desinvestimento. Mão de obra especializada, utilizar a já existente e/ou treinar/retreinar mão de obra ociosa. Criar junto às operadoras, um sistema de compras, parecido com a Petronet em vigor na Petrobras, garantindo assim, justiça nas compras e uso da máquina empresarial da cidade

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