RIO – Apontado como um dos mais baratos do mundo, o hidrogênio verde brasileiro – feito com energia elétrica renovável – deixa de ter um preço tão baixo quando são contabilizados os encargos e subsídios para o consumidor final de eletricidade.
Nesse contexto, a autoprodução surge como solução para garantir a competitividade, disse a diretora de Energia Renovável da Atlas Agro, Maria Gabriela da Rocha Oliveira, nesta quarta-feira (27/3), em entrevista ao TotalEnergies Studio, produzido pela agência epbr na Brazil Offshore Wind Summit no Rio (veja a íntegra acima).
“O Brasil é bem competitivo quando a gente olha só para a geração, porque a gente tem fator de capacidade muito elevado para as eólicas, mas quando você olha da perspectiva do consumidor final de energia (…) adiciona o preço da transmissão, a famosa TUST (…) os encargos setoriais e todos esses subsídios cruzados”, disse.
Segundo a executiva, a solução mais adequada hoje é gerar a própria energia renovável dentro da estrutura de produção, sem precisar passar pela rede.
“Então a modalidade de autoprodução é muito importante para garantir a competitividade desse custo final de energia. Então hoje a gente está pensando no modelo que a gente chama de power-to-nitrogen. Então, é a gente ser dono da cadeia inteira, desde a geração de renovável até a produção ali do fertilizante nitrogenado.”
Gabriela da Rocha acredita que o hidrogênio é essencial para descarbonizar a produção de fertilizantes, pois não há outra solução no mercado para reduzir as emissões desse insumo.
A Atlas acredita que vai poder oferecer o fertilizante verde ao mesmo preço do convencional. A companhia planeja produzir 500 mil toneladas por ano de fertilizantes nitrogenados com hidrogênio verde a partir de 2027, na fábrica que está sendo construída em Uberaba, Minas Gerais.
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